Prazeres

Pois, a fnac é uma perdição... Esta é a minha última aquisição.Já conhecia o Rick Gervais da série "Extras" e agora encontro-o nesta premiada comédia. Palavras para quê?

Adília Lopes

A CORTINA DE FERRO

Estive deitada
A Lua
varia
com o Sol
na razão inversa
do quadrado
da distância
e na razão directa
do cubo
do quadrado
do quarto
do quartzo
A fórmula
é engolida
de um trago
para o segredo
ser secreto

E eu vou
num voo
ter contigo
meu amor
longínquo
longitudes
e latitudes
estimadas

Marianna Alcoforado
sente-se 007
mas senta-se

Professores

A propósito do post sobre a Doutora Maria Helena da Rocha Pereira, comentou-se acerca de professores que nos marcaram. Para mim há dois nomes inesquecíveis.
Maria de Fátima Sousa e Silva - Fui sua aluna em Latim, Grego e Literatura Grega.
Porque é uma professora completa, alia o vastíssimo conhecimento científico a uma excelente pedagogia. As suas aulas eram sempre interessantes e estimulantes, mesmo as aulas de tradução, que por regra tedem a ser mais monótonas e paradas.
Só ela conseguiu fazer com que eu, de facto, aprendesse algo da língua grega.
Sob a sua tutela, autores como Homero, Eurípedes, Sófocles, Ésquilo, Heródoto e Aristófanes, ou Petrónio e Cícero, tornaram-se mais acessíveis e queridos.
Osvaldo Silvestre - Fua sua discente a Teoria da Literatura
O único desgosto que tenho em relação a este professor é só o ter conhecido no último ano de faculdade... As suas aulas estavam sempre cheias, e não era por ele ser rígido no que tocava a presenças obrigatórias!
De tudo o que ganhei por ter sido sua aluna, destaco o ter começado a ver com outros olhos e a gostar da poetisa Adília Lopes.
Já agora, a professora que me marcou mais pela negativa foi a Cristina Mello da cadeira Didáctica da Literatura. Nem me vou alongar a dizer as razões...

Prazeres

A ÚLTIMA HORA (25th Hour)
Realizador: Spike Lee
Actores: Edward Norton, Barry Pepper, Philip Seymour Hoffman, Rosario Dawson e Anna Paquin
Ano: 2002

Ano de 2002, cidade de Nova Iorque, uma história de vida, crónicas de grandeza e decadência. Monty Brogan (Edward Norton) é o arquétipo do delinquente de bom coração. Ele é um traficante de drogas caído nas malhas da DEA em consequência de uma denúncia e tem apenas 24 horas de vida em liberdade até que dê entrada numa cela. Nela irá passar sete longos anos de cativeiro. Para trás ficarão tempos em que se passeou em grande estilo pelos clubes mais exclusivos da cidade, guiou carros potentes, foi temido e respeitado. Agora Monty é um homem abatido, sofrido, e revive em memória os erros do passado apercebendo-se ainda dos perigos que lhe reserva o futuro. No presente consome-o a dúvida. A dúvida de que a namorada Naturelle (Rosário Dawson), a quem ama, possa ter sido responsável pela sua detenção às mãos das brigadas anti-droga. Nestas derradeiras 24 horas ele irá tentar desfazer essa dúvida. E passar algum tempo com o pai (Brian Cox) e com os amigos de sempre que os rumos que tomara para a sua vida haviam afastado de si. Eles são o solitário Jacob (Philip Seymour Hofman) e o seguro de si Slaughtery (Barry Pepper).

Esta sinopse é extremamente redutora!
Não conhecia este filme, foi-me aconselhado pelo meu irmão visto eu gostar do actor Edward Norton. O Edward Norton é de facto soberbo, como de resto nos vem habituando. Mas o que mais retenho do filme é a qualidade dos diálogos e do monólogo, há muito que não via um filme tão bem escrito!
Também de realçar a maneira como está filmado, com excelentes planos, e as metáforas, em especial, a do cão.
O filme é de uma profunda densidade. Ainda agora, pesquisando sobre ele, continuo a aperceber-me de detalhes que na altura me escaparam.
Vou, sem dúvida, rever este filme, agora com uns olhos já mais experientes.

Vidas

Nos meus tempos de Coimbra a Doutora Maria Helena da Rocha Pereira já não leccionava, mas a sua áurea pairava sobre a faculdade de letras, em especial sobre o nosso instituto de estudos clássicos. Era como um mito vivo.
O seu percurso académico impõe respeito, reverência e admiração.
Este ano foi distinguida com mais um prémio.
Na sua 4.ª edição, o Prémio de Cultura Padre Manuel Antunes distinguiu a Professora Maria Helena Rocha Pereira.

Professora universitária e investigadora, licenciou-se em Filologia Clássica na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, em 1947, e doutorou-se em Letras na mesma Universidade, em 1956. Especializou-se em Estudos Clássicos na Universidade de Oxford, onde foi bolseira do Instituto de Alta Cultura. Tem outros diplomas, entre os quais o do Curso Extraordinário de Língua Hebraica da Faculdade de Letras de Coimbra.

Iniciou a sua actividade profissional no Centro de Estudos Humanísticos da Universidade do Porto, onde foi professora de Latim e depois também de Grego (de 1948 a 1957), mas fez a carreira universitária na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, onde ingressou em 1951 como segundo assistente de Filologia Clássica, foi professora catedrática titular da cadeira de Literatura Grega desde 1964, vice-reitora em 1970/71, presidente do Conselho Científico desde 1977 e directora do Seminário de Grego. Foi ainda directora do Instituto de Arqueologia da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (de 1965 a 1966), directora da Biblioteca Central da mesma Faculdade (de 1965 a 1970), directora do Instituto de Estudos Clássicos (desde 1991) e presidente da Comissão Científica do Grupo de Estudos Clássicos (desde 1991). Membro da comissão redactora (desde 1951) e directora (desde 1993) da revista Humanitas, directora da revista Biblos (desde 1973), jubilou em 1995.

Organizou e participou em diversos congressos, colóquios, encontros científicos e seminários, em Portugal e no estrangeiro. A sua extensa obra, de mais de trezentos trabalhos, reparte-se entre livros, artigos em enciclopédias, recensões críticas, traduções do grego e do latim e artigos em revistas da especialidade como Revista da Universidade de Aveiro / Letras, Bracara Augusta, Portucale, Humanitas, Das Altertum, Memórias da Academia das Ciências de Lisboa / Classe de Letras, Studium Generale, Biblos, O Instituto, entre outras.

Em declarações ao SNPC, D. Manuel Clemente, Presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, sublinhou que a atribuição do Prémio distingue a excelência da actividade realizada pela Professora Maria Helena da Rocha Pereira numa área – Estudos Clássicos – fundamental, ainda mais nos dias de hoje, para formação da cultura e da identidade portuguesas.
A última vez que a vi foi em 2005 num congresso sobre Camões, onde ela aproveitou para bater uma sorna, porque a idade não perdoa!

Mudar de rosto

Uma mudança é como um recomeço, é a renovação de nós mesmos.
Como uma lagarta que vira borboleta.



A NÃO PERDER ... para quem está na terrinha!


As Obras Completas de William Shakespeare em 97 minutos

(The Complete Works Of William Shakespeare - Abridged) de Daniel Singer, Adam Long, Jess Borgeson.

Este espectáculo é uma condensação de alta velocidade, género montanha-russa, das obras do grande dramaturgo inglês, William Shakespeare.

Uma comédia / farsa hilariante, com João Carracedo, Manuel Mendes e Simão Rubim, que revisita as trinta e sete obras de Shakespeare: as tragédias, as comédias, as peças históricas e até os sonetos!

Este enorme êxito teatral português, conforme toda a crítica o atesta, está em cena há mais de 11 anos e foi visto por 184.426 espectadores. O espectáculo fez 146 digressões e 1.198 representações até à data.

TAVIRA, Cine-Teatro António Pinheiro / 16 Maio / 21h 30