Jornal Sol - Livros para crianças 2.ª Série

A premissa é dar a conhecer aos mais pequenos grandes obras da literatura portuguesa, claro que isto agrada também aos graúdos...

Júlio Dinis
As Pupilas do Senhor Reitor
Uma Familia Inglesa
F. Pessoa
Mensagem
Camilo C. Branco
A Brasileira de Prazins
Pêro Vaz Caminha
Carta a El-Rei Dom Manuel sobre o achamento do Brasil
Gil Vicente
Auto da Índia
Auto de Mofina Mendes
Alexandre Herculano
O Bobo
Eça de Queiroz
O Mandarim
O Primo Basílio
O Crime do Padre Amaro
A Ilustre Casa de Ramires
Fiz a primeira colecção e estou a fazer esta, os livros estão bem adaptados e as ilustrações são muito cativantes. Vale mesmo a pena. Custam 2,50 euros, não é necessário comprar também o jornal.

Livros

Por ter falado recentemente em livros baseados em factos reais, lembrei-me de dois que me marcaram bastante na fase "teen" das nossas vidas.


"Daqui ninguém sai vivo", biografia do Jim Morrison.










"Os filhos da droga", Christiane F.








Prazeres



Será que é este fds que inauguro a época balnear?

Quer-me parecer que sim :))

Alves Reis

Alves Reis - Uma história portuguesa, Francisco Teixeira da MotaConfesso que não gostei da maneira como o autor relata os acontecimentos ou conta a história. Por exemplo, compreendo que devido à história que é as datas sejam de extrema importância, mas a sua constante repetição, aliada aos avanços e recuos na narrativa, leva a que o leitor se perca e tenha de estar constantemente a voltar a trás, pelo menos a mim aconteceu-me isso.

Não obstante estes percalços, li o livro de um trago. Porquê? Porque a figura e a história de Alves Reis são fascinantes. É considerado o maior burlão da história portuguesa, e um dos maiores do mundo! Não é fácil ser o único cabecilha (todos os comparsas também não sabiam no que de facto estavam a colaborar) de um gang que foi responsável pela falsificação de notas de 500 escudos, falsificação esta que foi realizada no mesmo sítio onde o Banco de Portugal mandava fazer as suas notas!... Loool

Fiquei com imensa pena de não ter visto a série que passou na RTP, escrita por Moita Flores, sobre Alves Reis.

Ao ler este livro lembrei-me daquele filme "Apanha-me se puderes", também baseado na história real de Frank W. Abagnale, um homem que à beira dos 21 anos se faz passar por piloto, advogado e médico… sem qualquer habilitação para tal!

Iniciei com este livro um ciclo de leituras sobre personalidades.

Ainda não decidi o que ler a seguir, mas dentro do mesmo género de Alves Reis gostaria de ler sobre a D. Branca, a chamada "Banqueira do povo", uma velhinha que utilizava o seu aspecto frágil e indefeso para enganar tudo e todos, e bem que o conseguiu!

Também gostava de ler a biografia de Natália Correia, parece que ela foi a verdadeira mulher furacão!

O Jim Jones também está em lista de espera (embora não saiba se há uma biografia dele em português). Neste caso a burla assume contornos mais graves, visto tratar-se de um líder religioso. Mas o "carisma" ou lábia, em bom português, que este homem não deve ter tido, para conseguir criar uma seita daquele tamanho. E como ele tantos outros... Só que esta história acabou em tragédia, com o maior suicidio em massa (ou assassinato) da história.

E claro, tenho de falar na biografia de Gabriel Garcia Marquez "Viver para contá-la", foi tão fortemente recomendada que tenho mesmo de a ler, não é Carla?

Pessoa

A propósito das comemorações dos 120 anos do nascimento de Fernando Pessoa, no dia 13 de Junho de 1888, deixo aqui um poema do meu heterónimo favorito, Ricardo Reis.
Gosto de toda a obra de Pessoa, mas este heterónimo, pela sua influência clássica e pela sua alma torturada, sombria e pessimista, cativa-me especialmente.
Este poema é bastante elucidativo do seu ser. A constante busca da dormência das emoções, a anulação dos prazeres da vida, mas também das dores.

Ode
Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio

Vem sentar-te comigo Lídia, à beira do rio.
Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos
Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.
(Enlacemos as mãos.)

Depois pensemos, crianças adultas, que a vida
Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa,
Vai para um mar muito longe, para ao pé do Fado,
Mais longe que os deuses.

Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos.
Quer gozemos, quer nao gozemos, passamos como o rio.
Mais vale saber passar silenciosamente
E sem desassosegos grandes.

Sem amores, nem ódios, nem paixões que levantam a voz,
Nem invejas que dão movimento demais aos olhos,
Nem cuidados, porque se os tivesse o rio sempre correria,
E sempre iria ter ao mar.

Amemo-nos tranquilamente, pensando que podiamos,
Se quise'ssemos, trocar beijos e abrac,os e carícias,
Mas que mais vale estarmos sentados ao pé um do outro
Ouvindo correr o rio e vendo-o.


Colhamos flores, pega tu nelas e deixa-as

No colo, e que o seu perfume suavize o momento
- Este momento em que sossegadamente nao cremos em nada,
Pagãos inocentes da decadência.

Ao menos, se for sombra antes, lembrar-te-as de mim depois
Sem que a minha lembrança te arda ou te fira ou te mova,
Porque nunca enlaçamos as mãos, nem nos beijamos
Nem fomos mais do que crianças.

E se antes do que eu levares o o'bolo ao barqueiro sombrio,

Eu nada terei que sofrer ao lembrar-me de ti.
Ser-me-ás suave à memória lembrando-te assim - à beira-rio,
Pagã triste e com flores no regaço.

Passeio no rio Guadiana

Não era um navio como nos cruzeiros, mas também não fui a trabalho!
E a companhia foi do melhor ;)



A Filipa e o Record com a reportagem da primeira vitória de Portugal sobre a Turquia no
EURO 2008.


A Marisa a contribuir um pouco mais para o bronze espectacular que já tem... e ainda tamos no princípio do Verão!

"Les Demoiselles d'Avignon"

Ou As Bacantes, como eu gosto de chamar a este quadro.

Em Coimbra pertenci a uma tertúlia chamada "As Bacantes", com sede e livro de registos no típico e insubstituível "Pinto".
Como se dizia: mais vale estar no Pinto a pensar nas aulas, do que estar nas aulas a pensar no Pinto.
Ah!, aquelas febras com ovo a cavalo e arroz de pimento (e muito óleo à mistura).
A Dona Adelina e o Sr. Pinto. As minis. O traçadinho.
A tertúlia acabou por ter uma vida curta. Hoje em dia só mantenho contacto regular com outra das bacantes. Mas apesar de tudo........ Foram momentos felizes que recordo com saudade!

Sob o manto diáfano de Diónisos ou Διώνυσος

Embriagai-vos

Deve-se estar sempre embriagado.
Nada mais importa.
Para que o horrível fardo do Tempo
não vos pese sobre os ombros
e vos faça pender para a terra,
deveis embriagar-vos sem cessar.
Mas de quê? De vinho,
de poesia
ou de virtude,
à vossa escolha.
Mas embriagai-vos.

E se um dia, nos degraus de um palácio,
na erva verde de uma valeta,
na solidão baça do vosso quarto, acordais,
já sóbrios,
perguntai ao vento,
à onda,
à estrela,
à ave,
ao relógio,
a tudo o que foge,
a tudo o que geme,
a tudo o que rola,
a tudo o que canta,
a tudo o que fala,
perguntai que horas são;
e o vento,
a onda,
a estrela,
a ave,
o relógio,
responder-vos-ão:
" São horas de vos embriagardes!
Para que não sejais os escravos martirizados do Tempo,
embriagai-vos sem cessar!
De vinho,
de poesia
ou de virtude,
à vossa escolha"

Baudelaire