Vidas

Nos meus tempos de Coimbra a Doutora Maria Helena da Rocha Pereira já não leccionava, mas a sua áurea pairava sobre a faculdade de letras, em especial sobre o nosso instituto de estudos clássicos. Era como um mito vivo.
O seu percurso académico impõe respeito, reverência e admiração.
Este ano foi distinguida com mais um prémio.
Na sua 4.ª edição, o Prémio de Cultura Padre Manuel Antunes distinguiu a Professora Maria Helena Rocha Pereira.

Professora universitária e investigadora, licenciou-se em Filologia Clássica na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, em 1947, e doutorou-se em Letras na mesma Universidade, em 1956. Especializou-se em Estudos Clássicos na Universidade de Oxford, onde foi bolseira do Instituto de Alta Cultura. Tem outros diplomas, entre os quais o do Curso Extraordinário de Língua Hebraica da Faculdade de Letras de Coimbra.

Iniciou a sua actividade profissional no Centro de Estudos Humanísticos da Universidade do Porto, onde foi professora de Latim e depois também de Grego (de 1948 a 1957), mas fez a carreira universitária na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, onde ingressou em 1951 como segundo assistente de Filologia Clássica, foi professora catedrática titular da cadeira de Literatura Grega desde 1964, vice-reitora em 1970/71, presidente do Conselho Científico desde 1977 e directora do Seminário de Grego. Foi ainda directora do Instituto de Arqueologia da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (de 1965 a 1966), directora da Biblioteca Central da mesma Faculdade (de 1965 a 1970), directora do Instituto de Estudos Clássicos (desde 1991) e presidente da Comissão Científica do Grupo de Estudos Clássicos (desde 1991). Membro da comissão redactora (desde 1951) e directora (desde 1993) da revista Humanitas, directora da revista Biblos (desde 1973), jubilou em 1995.

Organizou e participou em diversos congressos, colóquios, encontros científicos e seminários, em Portugal e no estrangeiro. A sua extensa obra, de mais de trezentos trabalhos, reparte-se entre livros, artigos em enciclopédias, recensões críticas, traduções do grego e do latim e artigos em revistas da especialidade como Revista da Universidade de Aveiro / Letras, Bracara Augusta, Portucale, Humanitas, Das Altertum, Memórias da Academia das Ciências de Lisboa / Classe de Letras, Studium Generale, Biblos, O Instituto, entre outras.

Em declarações ao SNPC, D. Manuel Clemente, Presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, sublinhou que a atribuição do Prémio distingue a excelência da actividade realizada pela Professora Maria Helena da Rocha Pereira numa área – Estudos Clássicos – fundamental, ainda mais nos dias de hoje, para formação da cultura e da identidade portuguesas.
A última vez que a vi foi em 2005 num congresso sobre Camões, onde ela aproveitou para bater uma sorna, porque a idade não perdoa!

7 comments:

Ianita said...

Pois não sei quando foi a última vez que a vi. Sei que fui uma vez com ela numa excursão (é um termo de que eu gosto muito, faz-me lembrar os tempos da escolinha) a Lisboa, organizada pelo não menos mito vivo doutor José Ribeiro Ferreira e que, por sinal, é um querido. Fomos ao Museu de Arqueologia e mais não sei onde, mas lembro-me que foi porreiro.
O que gosto mais nela é que é a prova viva que uma mulher põe qualquer homem a um canto sempre que queira! Mas tem de abdicar de muita coisa... Será que valeu a pena?

Ianita said...

E viva o Sporting! :)

Rony said...

Pois, não se pode ter um currículo como o dela sem abdicar de muuuuita coisa! Ela parece uma pessoa feliz, como diz o outro, vale a pena, quando a alma não é pequena!

Rony said...

VIVA O SPORTING!!!

Rodriguez said...

Foi minha professora de Int. aos estudos literários...já lá vão uns anos.. mas como n ia Às aulas...n a conheci, apenas guardo os tijolos... Lembro c saudade o Morais Barbosa, Philipe Dennis e, claro, Oswaldo Silvestre, de Teoria da literatura...
Viva o FCP...

Ianita said...

Ora aqui o nosso amigo falou de alguém que me é particularmente querido... Acho que a princesa também concorda.
Osvaldo, Osvaldo, Osvaldo! Como fizeste da Teoria da Literatura uma cadeira tão prazeirosa de fazer! Que sentido de humor acutilante, que inteligência, que simpatia, que charme! Ui!
Acho que é melhor calar-me...
(acho que falta aqui um Viva o Benfica, porque aquilo do Sporting foi um virus de um dia) :)

Rony said...

É verdade, o Osvaldo Silvestre deixa muitas saudades...