Alves Reis - Uma história portuguesa, Francisco Teixeira da MotaConfesso que não gostei da maneira como o autor relata os acontecimentos ou conta a história. Por exemplo, compreendo que devido à história que é as datas sejam de extrema importância, mas a sua constante repetição, aliada aos avanços e recuos na narrativa, leva a que o leitor se perca e tenha de estar constantemente a voltar a trás, pelo menos a mim aconteceu-me isso.
Não obstante estes percalços, li o livro de um trago. Porquê? Porque a figura e a história de Alves Reis são fascinantes. É considerado o maior burlão da história portuguesa, e um dos maiores do mundo! Não é fácil ser o único cabecilha (todos os comparsas também não sabiam no que de facto estavam a colaborar) de um gang que foi responsável pela falsificação de notas de 500 escudos, falsificação esta que foi realizada no mesmo sítio onde o Banco de Portugal mandava fazer as suas notas!... Loool
Fiquei com imensa pena de não ter visto a série que passou na RTP, escrita por Moita Flores, sobre Alves Reis.
Ao ler este livro lembrei-me daquele filme "Apanha-me se puderes", também baseado na história real de Frank W. Abagnale, um homem que à beira dos 21 anos se faz passar por piloto, advogado e médico… sem qualquer habilitação para tal!
Iniciei com este livro um ciclo de leituras sobre personalidades.
Ainda não decidi o que ler a seguir, mas dentro do mesmo género de Alves Reis gostaria de ler sobre a D. Branca, a chamada "Banqueira do povo", uma velhinha que utilizava o seu aspecto frágil e indefeso para enganar tudo e todos, e bem que o conseguiu!
Também gostava de ler a biografia de Natália Correia, parece que ela foi a verdadeira mulher furacão!
O Jim Jones também está em lista de espera (embora não saiba se há uma biografia dele em português). Neste caso a burla assume contornos mais graves, visto tratar-se de um líder religioso. Mas o "carisma" ou lábia, em bom português, que este homem não deve ter tido, para conseguir criar uma seita daquele tamanho. E como ele tantos outros... Só que esta história acabou em tragédia, com o maior suicidio em massa (ou assassinato) da história.
E claro, tenho de falar na biografia de Gabriel Garcia Marquez "Viver para contá-la", foi tão fortemente recomendada que tenho mesmo de a ler, não é Carla?